Por Mariana Gualano Luiz
Nesses tempos próximos à páscoa as pessoas se alegram, trocam ovos de chocolate, desejam prosperidade, alegria e qualquer coisa positiva que possa ser desejada a alguém.
Nós como cristãos sabemos que a páscoa é muito mais do que isso. Sabemos que ela é o ápice da nossa fé. É a ressurreição do nosso querido Senhor Jesus. Mas, pela lógica, alguém que ressurge tem que morrer antes. Essa parece uma conclusão meio estúpida, mas creio que é esse um dos nossos maiores erros como cristãos: o fato de não refletirmos profundamente no que foi a morte do Senhor e o que isso de fato tem a ver conosco.

"Se o grão de trigo que cai na terra não morrer ele fica só, mas se morrer produz muito fruto." Jo 12:24
Em João 12:24 o mestre nos alerta que se o grão de trigo que cai na terra não morrer ele fica só, mas se morrer produz muito fruto. O que isso quer dizer a fundo? Morrer como? Prá que?
O cerne da morte de Jesus era gerar frutos, ou seja, vidas. Ele espontaneamente escolheu encarnar para que pudesse doar-se e finalmente nos gerar a vida espiritual novamente. Mas qual foi o preço pago pela morte? O medo de morrer? O medo da dor, da humilhação? Não! Jesus não suou sangue porque estava com medo de morrer ou com medo da dor, ele estava com aquela angústia profunda e aterrorizadora porque aquele seria o primeiro e único momento em que a trindade se romperia e o Pai e Espírito Santo o rejeitariam! Aquele seria o terrível momento em que os olhos de amor e compaixão do Pai se voltariam contra ele e o Espírito Santo calaria a doce voz. Mesmo assim Ele disse “…seja feita a tua vontade, não a minha”.
É possível que você esteja se perguntando “mas onde eu entro nisso?”. Simples: morrendo! Da mesma forma que Jesus teve que pagar o alto preço da morte para gerar a vida, cada um de nós tem que pagar o mesmo preço. Morte de nosso eu, de quem éramos, do nosso velho homem, do amor pelas coisas dessa terra. A palavra fala que aquele que perder a sua vida achá-la-á, mas o que acha perdê-la-á.
Agora eu te pergunto: Você está disposto a morrer? Porque vai doer, e muito. É possível que você sue sangue, que você seja tomado da maior angústia da sua vida. A partir do momento que você toma essa decisão você deve estar disposto a perder tudo e quando eu digo tudo, é TUDO! É possível que o Senhor requeira de você o sonho de ter uma bela casa, ou um casamento dos seus sonhos, ou aquele par de sapatos maravilhosos, enfim, ele vai te matar. Vai tirar de você tudo o que tem tomado o lugar dEle no seu coração, até que você possa dizer “…a tua graça me basta…”. Ele vai te matar para que você possa fitar os olhos nos tesouros que valem a pena lutar para serem ajuntados: vidas.
Gostaria de ressaltar um pequeno detalhe: existem bilhões de pessoas morrendo no mundo por fome, a grande maioria delas são crianças. Essas pessoas estão morrendo porque eu e você ainda não perdemos as nossas vidas. Essas pessoas não são responsabilidade apenas do governo, mas principalmente nossa! Nós somos os representantes do Reino nesse lugar! Portanto, para que afinal você precisa morrer? Pense rápido, mas muito rápido, porque é urgente.
Pelo amor de Deus, até quando vamos ser tão insignificantes na sociedade? Até quando vamos passar pelas pessoas jogadas nas sarjetas e achar normal? MORRAM! Pra que haja vida! MORRAM!
Meus irmãos, é com grande temor, mas também grande esperança que trago essa palavra. Creio que se assim for, se cada um de nós começarmos a meditar na profundidade do sacrifício do nosso Senhor, a vida será instaurada em nosso meio.
Finalizo com uma porção da palavra que resume tudo o que foi dito.
“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida…”
“…Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas cousas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.”
II Cor. 4:8-12; 16-18.
Que a graça do senhor esteja com vocês até a consumação dos séculos.