Jesus Copyright e a lógica do absurdo

Publicado originalmente no site http://blogdapresbi.wordpress.com/2010/03/08/jesus-copyright-e-a-logica-do-absurdo/ em 8 de março de 2010.

A Arquidiocese do Rio cobra da Columbia Pictures o pagamento de uma indenização por uso indevido de imagens do Cristo Redentor no filme “2012″, que é destruído no longa de Roland Emmerich.”

Esse é o primeiro parágrafo de uma nota da Folha Online do dia 24/02 desse ano.

Todos nós estamos carecas de saber os problemas de criar imagens como representação física de Deus e não vou ficar me alongando nisso. Porém, repetir a Palavra de Deus nunca é demais:

“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Ex. 20:4)

“Deus é Espírito e importa que seus adoradores o adorem em Espírito e em verdade” (Jo. 4:24).

Mas a questão da nota não é essa. Com a pretensa imagem do Senhor Jesus nós já estamos infelizmente acostumados.

A questão é a sucessão de absurdos. O homem desobediente cria uma representação do Senhor, à Sua revelia, e depois se outorga poder de veto sobre o domínio público dessa imagem e ainda por cima cobra um valor financeiro de um terceiro como multa pelo uso indevido da imagem, igualmente indevida, que eles mesmos criaram.

Que o leitor me perdoe a confusão do parágrafo anterior, mas, como mencionado, é uma sucessão de absurdos tão grande que chega até a romper os limites da lógica e do bom senso. O homem conseguiu se superar e criar uma espécie de Jesus Copyright.

Felizmente, assim como a nossa estupidez, o amor de Deus é infinito e Ele há de ter misericórdia de nós. Amém.

– Felipe Senise –

PS: A título de curiosidade, fiz uma rápida pesquisa sobre a estátua carioca e me deparei com um relato muito interessante da comunidade cristã protestante opondo-se a tal construção. Vale a pena ler o relato – em ortografia arcaica – do então Jornal Baptista, de setembro de 1923:

“Os que tiveram a infeliz idéia de erigir o monumento a Christo Redemptor, não tiveram a intenção de honrar a Christo, mas sim a de engrandecer o catholicismo romano, o paganismo. Se tivesse querido honrar a Christo, procurariam erigir-lhe um monumento não no Corcovado, mas em cada coração. No coração é que Christo quer reinar. Elles, porém, pretendem honrar a Christo, desonrando-o, fazendo aquillo que elle terminantemente prohibiu — fazendo-lhe uma imagem”.

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